17 fev

Eficiência, investimento que dá retorno

Por Felipe Gradin

Em tempos de crise, o melhor investimento é cortar custos, dizem os manuais de gestão. E, se há um custo nas empresas que cresceu significativamente nos últimos anos, esse é o da energia elétrica. Com reajustes de tarifas acima de 50%, o gasto, que às vezes passava despercebido em alguns setores, se tornou pesado para todos e destroçou a competitividade de indústrias inteiras, caso de eletrointensivas como a de alumínio. É difícil, portanto, que um tema não seja prioridade hoje para as empresas que estão revendo suas finanças: a eficiência energética.

Se a primeira grande onda da eficiência energética no Brasil foi provocada pela insegurança do abastecimento, na época do racionamento, a nova revolução é motivada agora pelo alto preço da energia em um cenário de pouco dinheiro em caixa. As soluções existem, estão disponíveis, interessam às empresas, mas falta verba para investir. O financiamento, então, tem papel ainda mais importante do que há 15 anos. Sem ele, será muito mais difícil tirar os projetos do papel em quantidades expressivas.

A boa notícia é que os bancos identificaram essa oportunidade e estão tentando adaptar seu portfólio de crédito para atender esse mercado.  Como mostra a reportagem de capa, BNDES, Santander, Banco do Brasil e outras instituições estão criando produtos específicos para o setor, corrigindo falhas e tornando-os mais atraente para os clientes.

A má notícia é que os juros estão nos patamares mais altos dos últimos 10 anos. Com taxas de fazer corar um agiota estrangeiro, o crédito no Brasil não favorece investimentos. Mas em comparativo com outras opções nacionais, as linhas para eficiência energética tem hoje taxas competitivas, especialmente no BNDES. E o banco garante que, mesmo com os cortes em seu orçamento, tem dinheiro de sobra para a eficiência.

Mesmo os bancos privados, com juros mais altos, têm conseguido atrair clientes e vêm ampliando suas carteiras. No fim, com taxas altas ou baixas, tudo se resume à disponibilidade de crédito e ao retorno do investimento. Com as tarifas escorchantes como estão, o retorno está cada vez maior. E, segundo os bancos, não vai faltar dinheiro. Agora é receber para crer.

 

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05 fev

Alívio com a redução da bandeira tarifária durará pouco, diz Abesco

 

São Paulo – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em janeiro, a criação de um novo patamar para as bandeiras tarifárias, além de reduzir os valores que serão cobrados a partir de fevereiro. As mudanças proporcionarão uma queda de 3% na conta de energia.

Para a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) a alteração é positiva pois trará alívio para os consumidores finais, no entanto durará pouco pois já está previsto um reajuste extraordinário para os próximos meses por conta dos empréstimos bancários feitos às distribuidoras, que ficará entre 10% e 20%.

“Por esse motivo a Abesco defende um plano de redução de consumo de energia por meio da educação dos consumidores e criação de hábitos racionais de consumo consciente e da troca de equipamentos ineficientes e obsoletos, ações que normalmente são custeadas pela própria economia advinda do projeto. Isto garantirá a consistente e permanente redução de custos almejada por todos os consumidores, associada a uma maior segurança energética que o país necessita e a garantia de uma modernização de equipamentos, processo vital para o crescimento de empresas e do Brasil”, defende o diretor Rodrigo Aguiar.

 

Fonte: Procelinfo

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